segunda-feira, 18 de abril de 2016

“Check list” podem ser ferramentas extremamente interessantes de gerenciamento dentro de uma fazenda de produção de leite.

Infecções da glândula mamária (mastite) são problemas bastante comuns em fazendas leiteiras. Os prejuízos são grandes quando o problema é exacerbado. Menor produção, maior descarte de leite, menor vida útil das vacas no rebanho, aumento na despesa com medicamentos, pior qualidade do leite produzido e penalizações relacionadas a qualidade do leite são exemplos de prejuízos que a mastite, em níveis não satisfatórios, no rebanho podem causar. O National Mastitis Council (NMC), instituição global para controle de mastite e qualidade do leite publicou recentemente em seu site www.nmconline.org uma completa lista de conferência ou “check-list” para um programa de controle de mastite. A lista de conferência foi traduzida e adaptada para as condições brasileiras. Segue abaixo o programa de controle de mastite recomendado pelo NMC:

Nome/Fazenda:_________________________________________


1. Estabelecimento de Metas para Saúde de Úbere

□ Estabeleça metas realísticas para contagem de células somáticas (CCS) do rebanho e taxa de mastite clínica.

□ Reveja as metas periodicamente com auxílio de pessoas capacitadas (veterinário, gerente, técnicos de ordenha e consultores).

□ Priorize mudanças de manejo para atingir as metas.

□ Outro:_________________________________________


2. Manutenção de um ambiente Seco, Limpo e Confortável



□ Garanta o adequado uso de baias de free-stall, garantindo o adequado tamanho e design de baias e forneça espaço adequado em piquetes para o número de vacas presentes.

□ Mantenha baias e piquetes limpos, secos e confortáveis através do manejo apropriado de camas.

□ Mantenhas as áreas de tráfego de vacas limpas e secas.

□ Certifique-se que o sistema de ventilação está funcionando adequadamente.

□ Certifique-se de que vacas a pasto tenham áreas de descanso não contaminadas.

□ Controle influências ambientais prejudiciais (estresse calórico, fuga de corrente elétrica etc...)

□ Certifique-se de que vacas permaneçam em pé depois da ordenha (forneça alimento fresco e água).

□ Outro:___________________________________________


3. Procedimentos de Ordenha Adequados

□ Examine os primeiros jatos de leite para a detecção precoce de mastite clínica e descida apropriada do leite.




□ Certifique-se de que as tetas estão limpas e secas antes da ordenha.

□ Aplique um desinfetante pré-ordenha (pré-dipping) cobrindo completamente a pele do teto e que permaneça no teto pelo menos 30 segundos e então seque as tetas usando um papel toalha ou um pano adequadamente lavado e desinfetado para uso único em cada vaca.

□ Use luvas limpas e descartáveis durante a ordenha para limitar a propagação de mastite contagiosa.

□ Coloque o conjunto de ordenha até no máximo 90 segundos após o início da preparação de ordenha e nivele o conjunto de ordenha em relação ao úbere.

□ Ajuste o conjunto de ordenha durante a ordenha para prevenir entrada de ar e deslize de teteiras.

Data:__________________________________________________

□ Com remoção manual do conjunto de ordenha, evite gotejamento de leite pela teteira e desligue o vácuo do conjunto de ordenha antes de removê-lo.

□ Aplique o desinfetante de tetos (pós-dipping) imediatamente após a remoção do conjunto de ordenha e garanta a cobertura total dos tetos.

□ Os desinfetantes de tetos devem ser selecionados baseados em dados de eficácia documentada que podem ser encontrados no site da NMC (www.nmconline.org).

□ Ordenhe por último, vacas com infecções intramamárias contagiosas confirmadas.

□ Outro: ___________________________________________


4. Manutenção e Uso Adequado do Equipamento de Ordenha

□ Instale ou atualize o equipamento de ordenha de acordo com as normas ISSO 5707 (“Instalações para máquina de ordenha – Construção e desempenho) ou de acordo com as normas do CBQL (Colégio Brasileiro de Qualidade do Leite).

□ Avalie e faça a manutenção periódica do equipamento de ordenha visando o adequado funcionamento de acordo com as recomendações do fabricante usando métodos de avaliação dinâmicos e formulários de registro adequados.

□ Troque insufladores e outras peças de plástico e borracha regularmente de acordo com as recomendações do fabricante.

□ Troque imediatamente insufladores e mangueiras curtas de leite quebrados ou rachados.

□ Lave e promova uma sanitização adequada do equipamento depois de cada ordenha.

□ Outro:_______________________________________________


5. Anotação e Análise de Dados e Eventos

□ Para cada caso de mastite clínica, anote o número da vaca, data da detecção, dias em lactação , quarto(s) afetado(s), número e tipo  de tratamentos, resultado de tratamentos (ex. retorno a secreção normal de leite, tempo para descarte de leite) e o patógeno responsável caso uma amostra de leite for cultivada na fazenda ou em um laboratório.

□ Use um sistema manual ou informatizado de análise para gerenciar dados referentes a CCS individual, prevalência e incidência de mastite subclínica.

□ Outro:______________________________________________


6. Manejo Adequado de Mastite Clínica Durante a Lactação

□ Desenvolva e programe protocolos de tratamento de mastite clínica com a ajuda de consultores.

□ Considere, de maneira cuidadosa, as ramificações econômicas de decisões relacionadas a tratamentos.

□ Colete uma amostra de leite, assepticamente, pré-tratamento, para cultura microbiológica.



□ Use um programa terapêutico apropriado: use medicamentos de acordo com o protocolo ou de acordo com a recomendação de um veterinário.

□ Antes da infusão, desinfete o teto com germicida e esfregue o final do teto com algodão e álcool.

□ Utilize antibióticos de dose única para infusão intramamária com inserção parcial da cânula.

□ Não trate infecções crônicas que não respondem a tratamentos.

□ Observe o correto período de descarte de leite para o antibiótico usado de acordo com a bula.

□ Siga as recomendações de armazenagem de medicamentos e observe a data de vencimento.

□ Identifique, de maneira bem visível, todas as vacas tratadas e anote e catalogue todos os tratamentos.




□ Quando necessário, teste o leite para substancias inibitórias antes da comercialização.

□ Outro: _____________________________________________


7. Manejo Adequado de Vacas Secas

□ Seque as vacas abruptamente e faça o tratamento de vaca seca imediatamente após a última ordenha.

□ Desinfete os tetos e esfregue a ponta dos mesmos com algodão e álcool antes da infusão.

□ Trate todos os quartos de todas as vacas com um antibiótico comercial (longa duração) específico para o período seco e/ou um selante interno.

□ Use o método de inserção parcial da cânula nos tratamentos de vacas secas.

□ Desinfete os tetos imediatamente após a infusão usando um pós-dipping efetivo.

□ Promova alimentação adequada das vacas secas e fortaleça o seu sistema imune.

□ Mantenha um ambiente limpo, seco e confortável para vacas secas. O manejo do ambiente de vacas secas é importante para minimizar a exposição aos patógenos.

□ Em situações de exposição muito acentuada a patógenos, use um selante interno ou externo de tetos para vacas secas, além do tratamento com antibióticos na secagem.

□ Em rebanhos com problemas de mastite por coliformes, utilize vacinas com antígeno “core” seguindo as recomendações do fabricante.

□ Apare o excesso de pelos do úbere e flancos.

□ Outro:  __________________________________________


8. Manutenção da Biosegurança para Patógenos Contagiosos e Descarte de Vacas Infectadas Crônicas.

□ Avalie dados de CCS individuais e de tanque. Para animais suspeitos, um exame mais completo deve ser realizado para identificar casos de mastite subclínica antes da compra de vacas.

□ Se possível, colete assepticamente amostras de leite de vacas para cultura microbiológica antes da compra.

□ Separe vacas com CCS alta persistente por muitos meses e observe a resposta ao tratamento de vaca seca ou outra terapia recomendada.

□ Descarte ou segregue de maneira permanente vacas infectadas com Stahylococcus aureus ou outros agentes que não respondem a tratamentos (Mycoplasma, Nocardia, Pseudomonas ou Arcanobacterum pyogenes).

□ Avalie a saúde de úbere de primíparas ou novilhas prenhes, pois podem afetar a biossegurança do rebanho.

□ Outro: ______________________________________________


9. Monitoramento Periódico da Saúde de Úbere.

□ Participe de um programa de avaliação individual de CCS de vacas ou use outra ferramenta de monitoramento de infecções subclínicas.

□ Utilize um monitor prontamente disponível de inflamação em vacas suspeitas ou em períodos de alto risco (ex. início de lactação) como o CMT ou WMT.

□ Monitore a distribuição de vacas com alta CCS e taxas de mudança para alta CCS (incidência de novos casos).

□ Faça regularmente cultura microbiológica de casos clínicos e de vacas com alta CCS.

□ Monitore a saúde de úbere do rebanho utilizando relatórios de softwares ou de centros de qualidade do leite disponíveis.

□ Calcule periodicamente taxas de mastite clínica e distribuição com atenção especial a infecções em primíparas.

□ Use os dados de CCS e mastite clínica para avaliar protocolos e tomada de decisões em relação a tratamentos e descartes.

□ Outro:_______________________________________________


10 . Revisão Periódica do Programa de Controle de Mastite

□ Busque avaliações objetivas de consultores em relação ao seu programa de controle de mastite.

□ Utilize todo o time de consultores de saúde de úbere: veterinário, produtor, gerente, ordenhadores e consultores.

□ Outro: ____________________________________________


FONTE: Rehagro
http://rehagro.com.br/plus/modulos/noticias/ler.php?cdnoticia=2225

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