quarta-feira, 7 de julho de 2010

COMO CONTROLAR: surtos de mosca-dos-estábulos?

A mosca Stomoxys calcitrans, popularmente conhecida por moscados-estábulos ou por mosca-do-bagaço, ocorre em diversos países do mundo, principalmente em áreas ao redor de estábulos e confinamentos. É um inseto hematófago, ataca preferencialmente equinos e bovinos. Eventualmente, ataca outros animais domésticos e o homem. Realiza a postura e se desenvolve em resíduos orgânicos de origem vegetal ou animal, úmidos e em processo de decomposição ou de fermentação.
Também podem servir como substrato para o desenvolvimento das larvas desta mosca a cama de frango de aviários e restos de culturas ou de alimentos do gado, tais como: feno, silagem, material verde picado, palha de forrageiras, palha de cana-de-açúcar, 
compostagem mal manejada.

Ciclo evolutivo da Mosca-dos-Estábulos

O desenvolvimento de ovo até adulto é completo em torno de duas a três semanas em climas quentes, podendo durar mais de dois meses em climas temperados.


O período de vida de uma mosca adulta é de 15 a 30 dias. Além da perda de sangue utilizado na alimentação da mosca, as suas picadas são muito doloridas. Altas infestações podem provocar estresse que causa alterações no comportamento dos animais, os quais diminuem o tempo de pastejo, acarretando prejuízos no ganho de peso e na produção de leite. Esse inseto é capaz de atuar na transmissão de vários patógenos de bovinos e equinos.


Alternativas de Controle

• Manter a higiene das instalações, limpando sistematicamente fezes e restos alimentares, principalmente naquelas propriedades com sistema de confinamento ou leiterias.

• Remover e dar destino adequado (via espalhamento ou compostagem) para toda e qualquer matéria orgânica acumulada, especialmente, os resíduos alimentares e/ou dejetos dos animais.

• Revolver o material de compostagem completamente duas vezes por semana e dispor a composteira de modo a drenar naturalmente a água da chuva.

•Avaliar a eficácia dos princípios ativos inseticidas de produtos químicos antes de sua aplicação no controle da mosca.
•Usar, quando necessário, inseticidas que sabidamente funcionam e que possuam origem reconhecida, assim como, registro para uso em animais, utilizando sempre com rigor a dose e o volume de calda indicados por animal a ser tratado.
•Procurar a assistência técnica, sempre e especialmente, quando for percebido que os produtos de controle não estão fazendo o efeito desejado.
•Realizar o controle químico, quando necessário, apenas nos dias previamente programados de forma coordenada. Todas as propriedades envolvidas e adjacentes ao problema devem fazer parte da programação. 
O uso frequente de inseticidas nos animais não é sustentável, pornão ser eficiente quando utilizado isoladamente. O seu uso demaneira generalizada e repetida propicia a seleção edesenvolvimento de populações de moscas resistentes, podendoocasionar, também, desequilíbrios ambientais.

Em usinas sucroalcooleiras para diminuir uma possível contribuiçãoda vinhaça para a multiplicação da mosca sugere-se:
•Distribuição fracionada da vinhaça em etapas com intervalosuficiente entre aplicações de modo que permita ser rapidamenteabsorvida pelo solo.

•Realizar a incorporação da palha de cana pós-colheita ao solo após a primeira aplicação de vinhaça. 
•Se possível, não distribuir a vinhaça quando o solo ainda estiver encharcado com água de chuvas.

Alerta-se o fato de que, pastagens vedadas, com abundância de forragem seca e palhada, também podem, em condições de muita umidade, permitir o desenvolvimento de moscas.


Por isso, o manejo da pastagem torna-se importante estratégia auxiliar no controle da mosca-dos estábulos.

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